Um post sério
Você riu quando leu o título? Pode acreditar: esse post é sério - e não ria de novo, hein! É sério, tô dizendo, será que ninguém acredita em mim? Tá bom, não é tão sério porque sempre ter que ter uma falta de noção, mas dessa vez não é minha.
O post é, logicamente, sobre a discussão da semana: não é o mensalão, nem o mensalinho da Elis Regina Junior Filha, nem a Máfia do Apito, muito menos que pela primeira vez um livro que eu revisei está na lista da Veja - em 4º lugar! A discussão da semana é o referendo (que eu pensava que era como chamavam um Juiz, mas agora o adjetivo que acompanha essa profissão é Ladrão). Mas como dizia o inventor do Tetris: "Vamos por partes."
Parêntese: não tô querendo fazer utilidade pública com este blog, quero apenas revelar egoisticamente o que eu entendi tardiamente.
Primeiro, o que é um referendo? Referendo nada mais é que um plebiscito com uma questão que não envolve política diretamente. Plebiscito foi quando votamos pelo presidencialismo recentemente e referendo seria uma votação do tipo: "Você acha que o Jancy Express deve deixar de ser sem noção?".
Segundo, a pergunta que não quer calar é: Quem matou JFK?. Não, é: Quem sairá do quadrado mágico da seleção? Também, não. Já sei: Quando o Ian vai postar no blog dos Senseless? "Claro que não" - diria o garoto de uma propaganda que não lembro e que depois entrou pra Malhação. A questão é: QUAL É A QUESTÃO? É isso mesmo: qual é a pergunta que vamos responder no tal referendo? Eu não quero saber de possibilidades, eu quero saber qual é a pergunta de verdade, cada letra dela! As propagandas só divulgam qual número e opção votar, MAS SERÁ QUE NÃO PERCEBEM QUE A PERGUNTA AINDA NÃO ESTÁ CLARA? Alguns amigos me disseram que a pergunta é: Você é a favor ou contra do desarmamento? Se eu respondo SIM, eu sou a favor ou contra? Então essa não é a pergunta.
Terceiro, acho que nem os caras que decidiram fazer esse tal Referendo sabem qual a resposta que querem que vença. É lógico que o SIM vai ganhar, independente do que signifique. Mas é totalmente oposto à lógica humana colocar o a primeira opção sendo o NÃO. Ninguém pergunta: "Você vai ao cinema comigo? Não ou Sim?" Isso não existe.
Pra fechar, a mídia brasileira decidiu adotar um lado da questão apenas porque acha que essa questão não envolve a neutralidade ética jornalística - eu me oponho e acho que neutralidade é neutralidade, independente se vai jogar a seleção brasileira ou se as novelas da Globo terão mais ou menos destaque no jornal. A Veja dessa semana alicia seus leitores ao NÃO com 7 motivos muito bem fundamentados para tal resposta. O Globo desta terça 04/10 estampa a manchete: "Crime se abastece com armas legais". A Guerra Fria Brasileira Midiática tem mais uma batalha entre a Abril e a Globo. Batalha esta em que já se sabe que a vitória será contra a legalização de armas, mesmo que o motivo principal da Veja seja claro e perfeito:
"Vote NÃO porque o governo brasileiro não tem a capacidade de oferecer segurança ao seu povo."
Por que não decidir isso entre os deputados que só fazem roubar em vez de gastar dinheiro público e tempo particular com algo tão óbvio? Mais um domingo perdido em discussões chatas, papeladas na rua e algo pra pensar quando se é o dia oficial pra não se pensar em nada.
Mas, como diria o grande filósofo Capitão Planeta: O PODER É DE VOCÊS.