13.11.03

Guimarães Rosa: o precursor dos Wuzzles

Alguém se lembra dos Wuzzles? Eu não me lembrava, até vê-los numa toalha que meu primo firburguense de 15 anos tem desde os 2. Olha, aquele desenho era muito manero! Eu não perdia nenhuma das aventuras daqueles animais híbridos (palavra que eu nem sabia que existia quando via os bichos, só sabia que eles eram "misturados"). Tinha o Alçoca, a Ursoleta, o Eleru, a Hipocoelha e o mais chato de todos, o Abeleão. Não me lembro a produtora do desenho, mas isso não é pertinente ao tema dessa semana.



Vocês devem estar se perguntando o que o mestre Guimarães Rosa (pra alguns, porque pra mim...) tem a ver com os Wuzzles. Bom, GR foi um escritor que muitos consideram O Cara. Pra mim, ele poderia ser considerado um alquimista da língua portuguesa. Porque ele era O Neologista. Tanto que muitos acham difícil entender seus livros porque ele inventa muitas palavras juntando umas às outras pra ampliar o sentido delas.

E o que Wuzzles tem a ver com João Guimarães Rosa? Embora a história já tivesse criado personagens híbridos, como o Frankestein de Mary Shelley, foi GR que criou a linguagem híbrida, abrindo caminho para milhares de combinações. Até no nome de animais ele mexia. Daí, acho que o criador dos Wuzzles deve ter lido Grande Sertão: Veredas ou ainda Corpo de Baile, pra poder ter a idéia de criar um Mundo Híbrido, onde os animais eram alquimias de bichos que existem entre nós.



Com uma diferença: Wuzzles era muito mais divertido do que GR é. Porque um pouquinho só que eu li do autor brasileiro revisando um livro lá na Nova Fronteira já me deixou bastante entediado. Talvez GR fosse uma pessoa muito legal, mas como alquimista das palavras ele fazia questão de tentar fazer literatura "diferente". O que pra mim, é apenas um eufemismo para literatura chata.

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