E O BOTA PEGOU FOGO MESMO...

Não teve jeito, o Botafogo caiu pra Segundona. Nem São Germano pôde evitar, nem o Carlos Bombeiro Torres conseguiu apagar o incêndio. Dirigiu o time em 3 jogos: ganhou do Corinthians, mas perdeu os outros 2, o último contra os reservas do São Paulo, sofrendo um gol de um cara que já não jogava bola oficial há uns 8 meses. Mas, será que foi no final que o Botafogo se ferrou?

Vamos analisar primeiro quem foi o artilheiro do Botafogo. Ademílson. Já tinha ouvido falar dele? Nem eu. Até que o coitado era esforçado. E só. Foram 7 gols em 25 jogos. Média de 0,28 por jogo. Atrás de desconhecidos como Sérgio Alves (Guarani, 12 gols), Jóbson (Paysandu, 10 gols) e André (Vitória, idem) e de mais desconhecidos ainda como Thiago Gentil, Leonardo Manzi (Figueirense e Juventude, ambos com 9 gols) e dos garotos do Santos (Alberto e Diego, 9 gols e Robinho e Elano, 8). Como é que um time onde já jogou o Mestre Garrincha e Nilton Santos pode ter atacantes dessa estirpe?

Mais estatísticas? O Botafogo teve o pior ataque da competição, com apenas 24 gols, menos de 1 por jogo! O pior saldo de gols -15, e o menor número de vitórias: 6 apenas. Lamentável. Quando o Botafogo mais precisava, ninguém fez gol. Nas últimas oito rodadas, conseguiu apenas uma vitória, fez 6 gols e sofreu 17. Ficou quase um mês só perdendo, entre 13 de outubro e 10 de novembro, quando ganhou do Corinthians. Fez apenas 2 gols em 5 rodadas, as últimas. Uma pena.

Eu não chorei quando o Botafogo, em vez de botar fogo no jogo, acabou pegando fogo quando o juiz apitou o final da última partida contra o São Paulo. Talvez porque eu nãos seja botafoguense. Mas eu fiquei muito triste. Teremos apenas 3 cariocas no Brasileirão de 2003, contra 6 paulistas. Não veremos o glorioso, mesmo sem sua glória nos últimos anos, fazer ainda brilhar os olhos de garotos que têm apenas 10 anos. Só teremos 3 clássicos cariocas. Será um ano ruim. Mas esperamos que o Bebeto de Freitas, com toda a sua experiência e gana de vencer no clube, nos traga de volta o glorioso em 2004. E que a estrela do Fogão volte a brilhar nos gramados.